Se coube a Freud inventar a psicanálise, cabe a nós, psicanalistas, reinventá-la e sustentá-la em nosso ofício cotidiano, no caso a caso, a cada vez. Como diz Quinet, “o desejo do analista é da ordem da invenção – é o que permite que uma análise não seja uma imitação ou repetição de nenhuma outra, nem mesmo a do próprio analista. Lá onde a psicanálise é intransmissível está o desejo do analista como criação”. Ao se autorizar analista, deve estar advertido da impossibilidade de um saber, construído a priori, que possa dar conta de todos os casos. É no um a um, a cada nova sessão.
Clovis Pinto de Castro
Fonte da citação: Quinet, Antonio. O desejo do analista – final de análise e passe. A&D, Rio de Janeiro, 2022.